Subprojeto



Considerando os diversos problemas que perpassam a escola e mais especificamente a Educação Física, entendendo a formação do professor como um pressuposto importante para a qualidade da educação e, consequentemente, para o processo permanente de legitimação junto à comunidade escolar. O presente projeto visa contribuir na formação qualificada dos discentes de Educação Física da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia/UFRB, oferecendo um espaço privilegiado para a iniciação à docência, buscando formar professores críticos, capazes de identificar os problemas e, a partir de suas reflexões e experiências, encontrar soluções criativas para as aulas de Educação Física.
A educação carece de práticas pedagógicas inovadoras, não um conjunto de técnicas que a “escola superior” impõe ou tenta impor à “escola inferior”1, o professor deve ser levado a transformar em conhecimento sistematizado sua experiência pedagógica, de maneira reflexiva, nesse sentido a universidade surgiria como uma parceira para discutir juntamente com os docentes da escola pública e os discentes do PIBID, o contexto vivido por eles e as possibilidades de superação dos problemas existentes.
Desta forma, universidade e escola, ensino superior e educação básica, devem estabelecer relações horizontais, trabalhando juntas em proposições que possam superar as contradições e dificuldades encontradas no ambiente escolar, e na formação inicial dos professores de Educação Física.
Ao analisarmos a formação dos professores da cidade de Amargosa, os mesmos sentem dificuldades em utilizar no cotidiano escolar os conhecimentos abordados na graduação, esse fato aponta para uma inconsistência presente na formação inicial dos docentes, talvez explicada por uma dicotomia entre teoria e prática, entre pesquisa, ensino e extensão e entre Universidade e sociedade (MATOS; TEIXEIRA, 2011). O PIBID/CFP/UFRB 2012 deixaria, com essa proposta, de formular teses “abstratas/idealista” sobre a prática pedagógica do professor, e passaria a discutir os problemas concretos enfrentados pelos sujeitos, num movimento que vai da prática para a teoria, e desta novamente para a prática, facilitando uma ação reflexiva do discente, numa aproximação e diálogo mais efetivo entre teoria e prática, Universidade e escola básica, conhecimentos acadêmicos e atuação profissional. Segundo Silva et. al (1996), a evasão nas aulas de Educação Física parece crescer em direta correspondência ao nível de escolaridade, chegando a níveis elevadíssimos no ensino médio. Os alunos se mostram desinteressados, deixam de participar das aulas por não visualizarem sentido claro na sua formação. As aulas pautadas no esporte de rendimento, a falta de planejamento, de espaço e materiais contribuem na inclusão excludente dos alunos2. Observamos a necessidade de adoção de metodologias que privilegiem a criatividade do educando, a reflexão de sua prática e a autonomia, em busca de sua emancipação. Optamos desenvolver esse trabalho no ensino médio, em duas escolas estaduais, entendendo que a evasão é um problema importante que deve ser encarado por professores e futuros professores, e estar na pauta do ensino superior, para se entender melhor o espaço da Educação Física nessa fase escolar. É grande a negligência com o trato dos conteúdos da cultura corporal no ensino médio, em tempo onde os objetivos desse nível de ensino se limitam as metas do processo de seleção do vestibular3, que aliado a precária infra-estrutura das escolas e a ausência de professores da área perpetuam os problemas já citados até aqui. Com o advento do ENEM, a educação física passa a ser presente nas avaliações, o que não significa nenhum avanço significativo, pois é tratada de forma abstrata e fragmentada. Outros desafios encontrados pelos professores também motivam essa intervenção. Destacamos ainda que atividades formativas envolvendo vários campos de conhecimento/disciplinas nesse nível de ensino, como propõe esse projeto, pode proporcionar a aproximação dos conhecimentos da cultural corporal aos demais conhecimentos abordados na escola, fomentando ações interdisciplinares na Educação Básica. Os temas emergentes das escolas serão identificados e questionados pelos componentes curriculares que compõem o projeto institucional do Centro de Formação de Professores (CFP), o qual esse subprojeto está vinculado, que, a partir de ações articuladas, procurarão tratá-los interdisciplinarmente, oferecendo uma visão menos fragmentada dos objetos.

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